Fragmento de aula prática
Revisão
Envoltórios e Cavitações entre os Folhetos que Cobrem o Sistema Nervoso Central
Por: Dra. Silvia Helena Cardoso

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O fluido cérebro-espinhal, ou líquor, é um líquido claro, muito similar ao plasma sanguíneo. Ele contém sais e produtos tais como sódio, cálcio, bicarbonato, cloreto magnésio e glicose. A função do líquor é como um meio de transporte de substâncias nutritivas para o epêndima, assim como anticorpos e céluilas de defesa para a proteção do neuroeixo em caso de infecções, bem como fornecer flutuabilidade (dimunuindo o peso aparente do sistema nervoso central) e proteção para o encéfalo e medula espinhal.

Circulação do líquor:

Plexo coróide-->  ventrículos laterais--> foramen de Monro (comunicando os ventrículos laterais com o terceiro ventrículo)-->terceiro ventrículo --> aqueduto de Sylvius --> IV ventrículo (e canal central da medula espinhal)--> forames mediano de Magendie e laterais de Luschka--> espaço subaracnóide e suas cisternas --> reabsorção no seio venoso (seio sagital superior) e nas veias radiculares, via granulações aracnóideas.

Os seios da dura mater são preenchidos com sangue venoso resultante da drenagem sanguínea do encéfalo.


Fig. 1. Visão posterior do cérebro. Notar:

a. Seios da dura-mater: seio sagital superior,  transversos direito e esquerdo e confluência dos seios (outros seios da dura-mater, que não aparecem nesta preparação, incluem seio sagital inferior, seio reto, seio petroso superior e inferior, seio caversoso direito e esquerdo, seios intercarvernosos  anterior e posterior, seios esfeno-parietais direito e esquerdo, seios sigmóideos direito e esquerdo, seio ocipital, plexo basilar  e seios marginais direito e esquerdo).
b. Posição da tenda de cérebro e do cerebelo, à direita. A foice do cérebro (um marcante septum formado pela dura-mater visceral, muito embora não esteja visível na preparação, aprofunda-se na fissura interemisférica, a partir da extremidade inferior do seio sagital superior, o qual pode ser facilmente identificado na preparação; o seio ocipital, a partir do qual avança a foice do cerebelo, entre os dois hemisférios cerebelares, pode ser facilmente identificado na fossa posterior, em posição mediana).

 



Prof. Coimbra mostrando a aracnóide-mater e as granulações aracnóideas.

Seio sagital superior  (apontado pelo estilete) em corte sagital. Notar a foice do cérebro e o seio sagital inferior, em sua borda ventral.

 

Notar, nesta ilustração, as granulações aracnóideas, evaginações aracnóideas, que invadem o seio venoso e transferem o líquor presente no espaço subaracnóideo ( e produxido pelo plexo corpoide dos ventrículos encefálicos), de volta para a corrente sanguínea. 


 


O espaço subaracnóideo situa-se  entre a aracnóide e a pia-máter. Ele é preenchido pelo líquor. Todos os vasos sanguíneos que formam o sistema vértebro-basilar e carotídeo,  bem como os filamentos radiculares dos nervos cranianos, possuem um trajeto que passa através desse espaço.

 
 
 

Cisternas subracnóideas - Espaçamentos entre a aracnóide e a pia-mater, que se apresentam com um acúmulo maior de líquor. Em destaque, a cisterna cerebelo-medular, ou cisterna Magna, o maior espaçamento entre a aracnóide-máter e a pia-máter.