Uma camada de revestimento
de células ectodérmicas envolta da medula primitiva forma
as duas meninges internas: a aracnóide e a pia- máter. O
revestimento externo mais espesso, a dura- máter, é formado
de mesênquima.
VI- PUNÇÃO
LOMBAR E ANESTESIA EPIDURAL E RAQUIDIANA: A parte mais inferior do canal
medular não contém a medula, de modo que as agulhas ocas
podem ser introduzidas com segurança no espaço subaracnóideo,
a fim de remover o líquor para fins diagnósticos ( punção
lombar), ou injetar substâncias radiopacas para a visualização
radiológica do canal medular e do seu conteúdo ( mielografia).
Podem também ser administrados anestésicos no espaço
epidural nos procedimentos cirúrgicos ( bloqueio epidural), como
também no espaço subaracnóideo ( anestesias raquidianas).
Como visto, as anestesias medulares são feitas apenas no primeiro
ou no terceiro espaços meníngeos descritos. Ambos os tipos
de anestesias normalmente são feitos na região entre L2 e
S2, na cisterna lombar. A agulha perfura a pele, o tecido celular subcutâneo
e o ligamento interespinhoso. Se a anestesia for epidural, o anestesista
tem que ter a habilidade de notar a resistência imposta pelo ligamento
amarelo. Já na anestesia raquidiana ,ainda há a perfuração
da dura- máter e da aracnóide. Percebe- se que a agulha atingiu
o espaço subaracnóideo pela presença do líquor
que goteja da sua extremidade. O vazamento do líquor e a perfuração
da dura- máter na anestesia raquidiana provocam dor de cabeça,
incoveniente não presente na anestesia epidural. Além disto,
a raquidiana é mais abrangente, pois o anestésico se difunde
por todo o SNC através da circulação liquórica;
enquanto a peridural atinge apenas as raízes dos nervos espinhais
pela difusão do anestésico pelos forames intervertebrais.
VII- VASCULARIZAÇÃO
MEDULAR: O suprimento sangüíneo para a medula tem duas fontes
primárias:
A artéria Espinhal Anterior surge quando as ramificações diretas das artérias vertebrais confluem. Assim, ela toma uma localização mediana na fissura mediana anterior e segue a medula longitudinalmente na direção crânio- caudal até o cone medular. Ela emite artérias sulcais e penetram pela fissura mediana anterior, sendo responsável pela irrigação das colunas e dos funículos anterior e lateral da medula.
As artérias Espinhais posteriores partem como ramos das artérias Vertebrais, da parte anterior do bulbo, contornando- o para se localizarem posteriormente e descerem medialmente às radículas das raízes espinhais direita e esquerda. Descem longitudinalmente. Elas vascularizam a coluna e o funículo posterior da medula.
As artérias Radiculares são provenientes dos ramos espinhais das artérias segmentares do pescoço e tronco ( Tireóidea Inferior, Intercostais, Lombares e Sacrais). Estas artérias penetram nos forames intervertebrais com os nervos espinhais. As Radiculares anteriores fazem anastomose com a Espinhal anterior e as Radiculares posteriores com as Espinhais posteriores.As artérias Radiculares têm a função de aumentar o fluxo sangüíneo medular em algumas porções ( principalmente caudal- sacral e cranial- torácica superior). Entretanto, o papel de maior responsável pela vascularização é das artérias Espinhais.
O retorno venoso da medula espinhal é semelhante ao suprimento arterial, apresentando porém, maior variabilidade e quantidade de anastomoses. As responsáveis pela drenagem sangüínea são as veias ântero-medianas e ântero-laterais que drenam para as veias radiculares anteriores; já as veiasposterolaterais e posteromedianas drenam sangue venoso para as radiculares posteriores. As veias radiculares, então, atravessam a dura-máter e realizam anastomoses venosas epidurais. Este plexo venoso extra dural localiza-se no tecido adiposo situado no canal vertebral e encaminha o sangue para as veias seguimentares do tórax e abdomem.
VIII- FUNÇÕES MEDULARES: São duas as principais funções medulares- a de enviar impulsos sensoriais oriundos de receptores periféricos ao encéfalo e a de trazer dele impulsos motores direcionados a órgãos efetuadores, também periféricos. Os neurônios que exercem tais funções são ditos de projeção e os sensitivos, por possuírem seus corpos nos cornos da substância cinzenta, são ditos cordonais.
No entanto, sabe-se que a medula pode participar de reflexos independentemente do cérebro ou mesmo do encéfalo. Duas preparações experimentais demonstram isto: O animal descerebrado e o animal espinhal. Na primeira, uma secção ao nível médio ou inferior do mesencéfalo, há um bloqueio da inativação que o córtex cerebral exerce sobre a medula e o tronco encefálico. Isso faz com que os sinais facilitadores das funções medulares, oriundos do tronco, ajam com maior intensidade o que torna os reflexos mais excitáveis. No segundo, o animal tem um choque espinhal, ou seja, ele perde as funções medulares reversível ou irreversivelmente. Há ainda, casos de recuperações excessivas, com hiperexcitabilidade funcional.
Na filogênese, os anelídeos foram os primeiros seres a apresentarem arcos reflexos, sejam eles simples ( monossinápticos) e intrasegmentares ou compostos ( polissinápticos) e intersegementares. Tais circuitos surgiram pela necessidade de resposta mais elaborada a estímulos nocivos locais ou à distância.
No arco- reflexo simples, um estímulo provocado no receptor é transformado em impulsos, conduzido por um nervo sensitivo e, através de uma única sinapse, chega ao neurônio motor do mesmo segmento medular. Este motoneurônio é responsável pela ação reflexa de contração do músculo localizado na área estimulada. O arco- reflexo composto difere do arco- reflexo simples pelo fato de haver um interneuônio ( neurônio de associação) que percorre longitudinalmente os segementos medulares, interligando nervos sensitivos e motores, a fim de mediar ações reflexas em nervos localizados longe do local estimulado.
No ser humano há reflexos intrasegmentares polissinápticos. Porém, de um modo esquemático, pode- se dizer que os processos descritos se assemelham aos existentes nos humanos, com alguns aprimoramentos que serão vistos nos reflexos que seguem:
Ele é
mediado por um arco- reflexo polissináptico, no qual estímulos
nociceptivos e termoceptivos são impulsionados por neurônios
aferentes e mediados por neurônios de associação que
estimulam neurônios de um ou mais segmentos medulares para executar
a flexão do membro estimulado. Paralelamente, os mesmos neurônios
aferentes emitem colaterais que cruzam a linha média da medula e
excitam os motoneurônios alfa. Estes se dirigem aos músculos
extensores do membro contralateral. Ex.: mão na chapa e prego no
pé.
BIBLIOGRAFIA:
EDITORA GUANABARA
KOOGAN S.A., 1995, RIO DE JANEIRO
EDITORA GUANABARA KOOGAN S.A., 1994, RIO DE JANEIRO
EDITORA GUANABARA KOOGAN S. A., 1997, RIO DE JANEIRO
EDITORA GUANABARA, 1998, RIO DE JANEIRO
EDITORA ARTES MÉDICAS, 1998, PORTO ALEGRE
EDITORA ATENEU, 1993, SÃO PAULO